Desintegração e poder: a conjunção Júpiter-Plutão em 2020
Desde o final do ano passado há uma forte presença da energia capricorniana no céu com Júpiter, Saturno e Plutão, três planetas lentos mobilizando este arquétipo, cada um à sua maneira. Com isso, as questões ligadas ao realismo, rigidez, estrutura, ambição e praticidade estão ativadas, e muitas vezes a forma com que cada planeta as mobiliza se mistura e confunde com as outras, segundo as movimentações que vão fazendo e os aspectos que se formam entre eles. Um exemplo disso aconteceu no meio de Fevereiro, quando os três fizeram parte de um Stellium (aproximação de mais de três planetas no mesmo signo, que na época também contou com Marte e a Lua), além de outras ocasiões em que foram fortemente ativados como na passagem do Sol em Janeiro e a de Marte em Março. Passadas estas ativações, que de certa forma traduziram na vida mais cotidiana a potência desta tripla conjunção (já que nem sempre é fácil para a sensibilidade comum compreender a energia dos planetas mais lentos) eles permanecem realizando suas trajetórias pelo último decanato de Capricórnio, sendo que Saturno já avançou até o grau 1 de Aquário e está retrogradando (vai voltar até o grau 25 de Capricórnio novamente), e os outros dois, Júpiter e Plutão, também em movimento retrógrado, já estão formando uma conjunção que vai ficar exata no dia 30 de Junho aos 24 graus e 26’.
Estas conjunções são de extrema importância porque na astrologia são o início de um novo ciclo. Assim como a conjunção de Sol e Lua inicia a fase Nova, as conjunções dos outros pares de planetas inauguram os grandes ciclos que com suas durações particulares vão transformando a vida na Terra em múltiplas dimensões. A aglomeração destes 3 planetas lentos em Capricórnio representa o fim e reinício de três desses grandes ciclos: o de Saturno-Plutão, que já fizeram conjunção em 12 de Janeiro e relançaram um novo período de 33 anos; o de Júpiter-Saturno, que dura em média 20 anos e vai recomeçar no dia 21 de dezembro (desta vez com algum grau de excepcionalidade, como explico aqui); e Júpiter-Plutão, com duração de cerca de 13 anos, e sobre o qual procuro me aprofundar neste texto.
O habitual é que Júpiter e Plutão tenham apenas uma conjunção exata a cada 13 anos mas, desta vez, como está havendo retrogradação de ambos, eles se encontram 3 vezes em 2020[1]. A primeira conjunção exata foi no dia 5 de Abril, quando a pandemia de Covid-19 provocava o início do isolamento social de uma parte da população no Brasil. A próxima vai acontecer no dia 30 de junho em retrogradação, e já podemos sentir um pouco da atmosfera desta conjunção (este texto está sendo publicado um dia antes), já que no dia 23 eles ficaram com apenas 1 grau de distância, orbe que já faz sentir com mais intensidade este poderoso encontro entre Zeus (Júpiter) e Hades (Plutão). A última conjunção vai acontecer em 12 de Novembro, e depois daí só teremos uma nova conjunção — desta vez única — em 2033.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, e o quarto corpo celeste mais luminoso, depois de Sol, Lua e Vênus. Foi associado pelos antigos à prosperidade e à potência, sendo mitologicamente a figura de Zeus. Na astrologia é o grande benéfico, expandindo tudo aquilo que toca, levando a benção pelos signos e casas onde transita. Também é símbolo de confiança, fé e justiça. Atrai boa fortuna em muitos casos, sobretudo quando está bem localizado em um mapa. Em Capricórnio, onde Júpiter está em queda, ele não está em sua melhor forma. Pelas características do signo, que é de Terra, austero, estruturado e regido por Saturno, Júpiter fica obrigado a submeter o seu fulgor expansivo à necessidade bem pragmática de que o crescimento seja sólido e sustentado. Capricórnio é um bom escalador e tem uma visão bem clara do ápice onde quer chegar, mas esta tarefa não deve ser vencida com facilidade senão perde a sua razão de ser — razão esta que não se distingue do longo processo o conduziu até lá. Mas mesmo que não esteja em sua melhor performance em Capricórnio, Júpiter é tão poderoso que ainda consegue se desdobrar em benefícios, dando ao nativo disciplina, responsabilidade e acrescida perseverança. Num plano social e político, épocas como a que estamos com Júpiter em Capricórnio não são de otimismo ou grandes esperanças políticas, e podem até ser marcadas pelos excessos de quem está exercendo o poder, com a verticalidade que separa os governantes do povo excedendo os seus limites normais, com a marca dos abusos e da arrogância.
Plutão tem um comportamento bem diferente de Júpiter. É um dos planetas transaturninos ou geracionais (junto a Urano e Netuno) e está a tal distância da Terra que só pode ser visto com ajuda de instrumentos. Afeta a nossa sensibilidade de forma bastante sutil e seus efeitos duram um tempo alargado — seus trânsitos duram, com o seu lento caminhar pelo Zodíaco, normalmente mais de um ano e por vezes mais de dois, considerando uma orbe bem apertada de 2 graus. Entretanto, mesmo sendo de difícil percepção, este planeta deixa a marca de profundas transformações. O Plutão mitológico é o Hades, porteiro dos infernos, e está associado à obscuridade, poder e destruição — e age em nossas vidas provocando mortes em vida e renascimentos, como se fossem trocas de pele, toda vez que toca algum ponto do nosso mapa natal.
Plutão começa a sua ação de forma sutil, como uma pequeníssima rachadura na parte mais superficial de nosso sistema psíquico (ou no setor de nossa vida onde ele vai agir). Esta fissura tende a ser precisa, tocando algum ponto em que nos encontramos defasados em relação a nós mesmos. Geralmente ela acontece em lugares onde foram desenvolvidas muletas emocionais ou gambiarras psicológicas para sustentar elementos já insustentáveis dentro de uma dada situação. Esta mácula numa superfície considerada íntegra vai revelar a imperfeição destes arranjos mal feitos e vai começar a se ampliar por toda a sua área, adentrando camadas cada vez mais profundas, criando uma desfragmentação no sistema que pode ser vertiginosa. Quando vemos, a primeira fissura já tornou-se um sistema de cavernas interiores, e aquilo que parecia uma superfície contínua já está arruinado por esta força transformadora. Pode parecer complicado e dolorido — e muitas vezes é, sobretudo quando se trata de um trânsito tenso como uma oposição ou quadratura, mas nesse ponto recordo-me de uma frase de Kalil Gibran: “a dor é apenas a concha que envolve a sua compreensão se quebrando”. Dolorosos ou não, os processos plutonianos são insistentes e quando o sujeito acha que atingiu a experiência-limite, eis que é dada mais uma volta no parafuso. Estes constantes ajustes e apertos provocam, de maneira lenta e incansável, uma operação de desmascaramento que dá uma visão muito clara daquilo que é essencial e constitutivo daquele sujeito ou forma de vida, causando um abandono daquilo que é artificial e mostrando-nos lá no fim, com clareza, um tesouro interior. Este tesouro não deixa de ser a própria pessoa, e nesse sentido o que Plutão opera pode ser visto lá no final do processo como uma revelação, uma poderosa cura.
Quando Júpiter, que aumenta, magnifica e abençoa por onde passa, encontra o transformador Plutão, talvez caiba perguntar: é o primeiro que está causando uma intensificação do trabalho profundo do segundo OU é o poder insidioso, implacável mas ainda assim regenerativo plutoniano que oferece um molde de profundidade à potência jupiteriana? Como Plutão já se encontrava em Capricórnio desde 2008, e Júpiter é que chegou de fora como um estrangeiro, parece-me que é a energia de fora que chega com mais força, modificando o cenário. Mas seja por qual direção que pegarmos esta mútua influência, eles estão agindo juntos, como apenas um, e atuando sobre a realidade de maneira global, só que atingindo cada pessoa, comunidade ou sociedade de acordo com o posicionamento em seus mapas específicos.
Estudiosos de Astrologia Mundial identificam como padrão do ciclo uma influência sobre a economia, talvez por Júpiter trazer a questão da prosperidade e Plutão significar uma reestruturação das formas de poder. Um exemplo desta influência são as duas últimas conjunções, acontecidas em 1994 e 2007, e a maneira como influenciaram a economia brasileira. Em 1994, com Júpiter-Plutão participando de um Stellium em Escorpião (no mapa da conjunção exata) foi implantado o Plano Real, que estabilizou a inflação galopante que vinha desde os anos 80. Parece-me claro que este posicionamento altamente escorpiano no mapa define a força, a profundidade e a precisão da reestruturação econômica resultante, mas também sugere que uma parte do plano foi deixada nas sombras, e talvez uma boa descrição disso seja a relação entre a estabilidade da moeda e a taxa básica de juros muito alta, que atraía investimentos externos mas tinha como efeito um aumento do endividamento do governo e do déficit público. Do ponto de vista de Júpiter-Plutão este ciclo — que é visto como virtuoso — colheu as suas benesses até 2007, quando foi inaugurada uma nova etapa da economia. Dizem que isso aconteceu quando da votação e consequente retirada, no Senado, da CPMF (imposto sobre operações financeiras que ajudava a sustentar a moeda), o que aconteceu precisamente em Dezembro de 2007, bem perto da conjunção Júpiter-Plutão daquele ano que foi no dia 11 de Dezembro. Esta votação representou uma diminuição da receita pública em 1/3, e o fim de um ciclo econômico e político. Se o declínio econômico já se sentia em outros mercados como a União Européia, onde a crise de 2008 chegou avassaladora, isso não se deu imediatamente no Brasil, que se segurou enquanto pôde com os commodities, mas chegou a 2014 com um imbróglio econômico quase irresolvível e uma polarização política insustentável — o que não deixa de ser uma descrição do que vivemos hoje.
No momento atual, no contexto de uma nova grande conjunção Júpiter-Plutão, estaríamos em plena criação de um novo pacto que vai se desenvolver e dominar pelos próximos 13 anos. Pensar Plutão é também visualizar o quanto a destruição é uma contra-face do surgimento de novos poderes. Quando tudo parece estar desestruturado, é justamente daí que aparecem novos grupos que se insinuam no poder. O que define o tom que será seguido por este ciclo é uma combinação da dinâmica celeste no momento da conjunção com as dinâmicas próprias da vida terrena, onde todos os vivos atuam sobre o momento com total capacidade de interferir sobre ele. Por isso, ainda que a nova fase já tenha uma tonalidade energética prevista (os astros inclinam, mas não determinam), ainda há muitas disputas, alianças e influências em jogo para formá-la. Como vão ser três conjunções no total, acredito que a primeira ativou as problemáticas a serem tratadas para, na segunda delas agora no dia 30/06, em retrogradação, serem reavaliadas e talvez se agravarem e, na última, em 12 de Novembro, consolidar uma tendência, uma marca que vai se desdobrar por este ciclo.
Também não podemos esquecer de um significado ainda mais literal da presença forte de Plutão, que é justamente a morte. Enquanto escrevo este texto, o Brasil chega à marca sem precedentes de 57000 mortos por Covid-19, com uma curva de contaminação e mortes que não tem previsão alguma de se reverter, já que a única estratégia possível de contenção do vírus, o isolamento social, não está sendo seguida de forma satisfatória no Brasil. Isso acontece em parte devido à resistência do Presidente e de seus apoiadores ao conhecimento científico, mas alegadamente em nome de uma sobrevivência da economia. Por esse comportamento coletivo, o número de mortos tende a aumentar e não sabemos até onde. Num país em que a mortalidade por violência, preconceito de raça, gênero, sexualidade e outras situações de exclusão já foi, através de um mecanismo de negação, brutalmente incorporada como parte de nossa estrutura psíquica, as vítimas da Covid-19 e do descaso governamental parecem entrar para um lugar semelhante. Todos os significados de Júpiter e Plutão parecem estar presentes nesta situação (além de Saturno, que está a 4 graus de distância), e o que poderia transformar isso tudo seria, quem sabe, que a localização desta conjunção na casa 12 do mapa do Brasil extraísse do apagamento da história e do nosso inconsciente coletivo todos estes mortos para que finalmente tenhamos que encará-los como parte de nossa realidade e instaurar um processo de luto, com todos os estágios necessários, que os dignifique. Caso isso não aconteça, a sua presença na sombra continuará nos fazendo definhar enquanto projeto de sociedade, já que todo o luto não vivido é capaz de apodrecer quem o nega desde dentro.
Sobre os acontecimentos astrológicos que vão se dar paralelamente às próximas conjunções de Júpiter-Plutão, parece-me claro que:
1) Além desta questão do luto, o contexto econômico da pandemia vai marcar o ciclo e um dos traços inaugurais que pode permanecer por um bom tempo é o entusiasmo em caixa baixa e o ambiente recessivo de Júpiter em Capricórnio.
2) A conjunção de Júpiter-Saturno, outro acontecimento altamente relevante que se dá logo no mês seguinte à última conjunção Júpiter-Plutão, em 21 de Dezembro, vai ter muitos entrecruzamentos com este ciclo, ainda mais porque ele é chamado “A grande mutação”. Trata-se de uma troca muito poderosa de ênfase nos elementos: após de cerca de 200 anos acontecendo em signos do elemento Terra, definindo uma predominância de valores materiais, estas conjunções passam a se repetir pelos próximos 200 anos em signos de Ar, dando maior ênfase a valores como o pensamento, a sabedoria e as próprias relações humanas.
3) O trânsito de Urano em Touro, que marca no momento atual uma reflexão sobre a exaustão dos recursos naturais e a sua exploração excessiva pela nossa dinâmica social viciada em crescimento e aceleração também será uma importante influência na abertura deste novo ciclo. Em Janeiro de 2021 Júpiter vai fazer uma quadratura com Urano, e aí devemos visualizar de que forma este conflito vai se desdobrar. Mas sabemos que, se por um lado vivemos o despontar de uma reflexão sobre a finitude dos recursos naturais e a interdependência entre o humano e a natureza (no pensamento de intelectuais indígenas como Aílton Krenak e Davi Kopenawa e na criação de conceitos como o Antropoceno para traduzir o cenário distópico, ao mesmo tempo geológico e humano da nossa relação com o planeta), há também aqueles que não abrem mão de seu crescimento econômico excessivo, avançando por sobre tudo quanto é vivo com sua ânsia de fazer dinheiro. Este conflito entre uma nova consciência animista que vê todas as formas de vida — além do próprio planeta — como merecedores de nossa escuta e uma necropolítica avassaladora será certamente definidora daquilo que vai iniciar agora.
4) Três dias antes da conjunção retrógrada de Júpiter-Plutão em 30 de Junho, Marte entrou em Áries, seu domicílio diurno (o noturno é Escorpião) e um local do zodíaco onde o planeta vermelho não mede muito os motivos para liberar a sua energia bélica. A permanência de Marte em Áries vai se estender até Janeiro de 2021, um tempo extraordinariamente grande, e sendo um signo de elemento fogo e cardinal (ou seja, tem a energia dos inícios e inaugurações), aliado a um planeta de natureza quente e seca (e o fogo se propaga mais fácil quando o mato está seco), toda a tensão que estiver acumulada será liberada com mais facilidade. Por isso, tudo aquilo que estamos vivendo neste momento em termos de desintegração social e política se manifestará com menos mediação ainda — na forma de oposições ferrenhas e autoritarismos desbragados. A violência estará certamente mais exposta e os conflitos (que com Marte em Peixes não deixam de existir, mas viajam por todo o tipo de frequência) vão certamente elevar o tom. É como se estivéssemos vivendo uma reinicialização e tivéssemos que passar pelo fogo para que ela aconteça realmente do zero.
Como vemos, o segundo semestre promete ainda mais convulsões na realidade em que vivemos. Para enfrentar este momento, o máximo possível de lucidez ainda é pouco, pois talvez ainda assim não compreendamos o que vai estar acontecendo. A astrologia nesse caso pode nos dar linhas gerais, ajudar-nos a estar mais sintonizados com uma percepção mais expandida e nuançada da realidade, e também entender que os fenômenos mais particulares, ainda que possam ser longos, têm uma duração limitada. É claro que sim, tudo isso vai passar, mas isso não vai acontecer sem deixar profundas marcas que vão fazer de nossas vidas algo bem diferente do que esperávamos.
Este momento como um todo, mas a conjunção Júpiter-Plutão em especial, trazem-me à memória a palavra Har, do Gurmukhi, língua sagrada vinda da Índia e utilizada nos mantras de Kundalini Yoga. Har é um dos nomes de Deus nesta língua, uma manifestação do divino que presenciamos quando, do apodrecimento, nasce a terra fértil que vai gerar a nova vida. É como se esta palavra de mantra estivesse, nesse momento, sendo continuamente repetida pelos céus, e lembrar dela talvez seja uma benção possível, uma forma de pensar o momento em interlocução com um pensamento espiritual que nos dê perspectivas.
Uma das palavras que definem os trânsitos de Plutão é a entrega. Sabemos que não tem como escapar do que nos está acontecendo, que é um processo lento e profundo. Para onde formos na superfície da Terra, este reinício de ciclo nos acompanhará, da forma singular com que afeta o mapa astral de cada um. Se o aspecto for harmônico, há que aproveitar a força oferecida pela conjunção para operar mudanças existenciais relevantes mesmo em meio ao caos e regenerar a própria vida. Se pelo contrário o trânsito for tenso, não há o que fazer senão procurar viver a realidade do momento e compreender que tipo de mudança está sendo provocada. Há um equilíbrio desejável entre a receptividade e a ação — por certo desafiador de encontrar — através do qual podemos evitar uma postura de revolta que só nos leva à exaustão. A atitude de quem procura conter uma onda do mar certamente é inviável — melhor seria tentar compreender a direção das ondas e segui-la, para quem sabe sair, em meio à turbulenta navegação, com algo de precioso nas mãos
[1] A última vez em que houve 3 conjunções em seguida foi entre dezembro de 1955 e Junho de 1956, quando Júpiter e Plutão fizeram conjunção em Leão, também devido à retrogradação simultânea dos dois planetas. Dois meses antes desta primeira conjunção, Juscelino Kubitschek fora eleito presidente do Brasil, mas sofreu a ameaça de um golpe devido às acusações de comunismo lançadas sobre o vice João Goulart pelo então presidente Carlos Luz, com o apoio de Carlos Lacerda. Em seguida, na mesma semana da segunda conjunção, que aconteceu em 7 de Fevereiro de 1956, JK conseguiu tomar posse e iniciar um forte ciclo desenvolvimentista no país, com altos níveis de industrialização e a criação de uma imagem exuberante (bem à maneira leonina) da economia brasileira. A terceira conjunção seria em Junho de 1956, já com o governo iniciado. Este ciclo de Júpiter-Plutão que aí começava só terminaria definitivamente em sua conjunção seguinte, a 13 de Outubro de 1968, exatamente dois meses antes do AI-5 (decretado em 13 de Dezembro deste mesmo ano) que enterraria esta fase definitivamente por atingir de forma ainda mais radical do que o golpe de 1964 a estrutura do poder no país.